Nunca me deixe ir

Você não me assimila
Você não me percebe
Pois sua matéria é bruta
Densa e pesada

Você é só TER
Enquanto eu sou SER
Você vem e vai
Eu sempre estou
Suas mãos embrutecidas
Minha pele adormecida

Você diz me TER
Eu finjo SER
Seu jogo sujo te cega
Pois você não me enxerga

Um mundo por ti
Feito e regido
Teu nome, seu deus carrega
Uma errônea vingança
À minha imagem e semelhança

E assim eu resisto
Enquanto você recarrega suas armas
Eu rego minhas flores
Você, trovão apartado
Um mero risco seu
Nesse oceano de noite
Chamado EU

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brunus otium