Superfície

Os olhos que percorrem
No meu corpo, nada veem
Um ponto cego no canto
Em que me encontro

Minha pele cristal
Coberta por medos gelados
Me protege da frieza
Que vocês me aquecem

Tenho os pulmões cheio d’água
Eu não me afogo fácil
Na sua ausência
Ou na do ar
Vocês não irão me sufocar

Frio que mata
Mas esse frio não é você
Escorre verdades
De onde vem o frio
Você não sabe

Adornos que enfeitam
Penas da minha imaginação
O feminino em mim
Você não me conhece
Vê a superfície
E não a profundidade sem fim
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Autor: Bruno Reis